No rotativo do cartão de crédito, o brasileiro paga juros 7,6 vezes maiores que os cobrados em países vizinhos na América Latina, afirma levantamento da associação de consumidores Proteste divulgado nessa terça-feira.
Apesar de a taxa básica de juros do país ter sido reduzida em 4,5 pontos porcentuais em um ano, para 8% ao ano, a taxa média anual dos financiamentos por meio dos cartões no Brasil é de 323,14%. Ao mês, a taxa média apurada foi de 12,77%. Isso significa que, ao fim do ano, uma dívida inicial de R$ 100 no rotativo sobe para R$ 423.
A segunda maior taxa cobrada os sete países da região avaliados no estudo é a do Peru (55%). Depois vêm Chile (54,24%), Argentina (50%), México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,33%). A média dos vizinhos é de uma taxa anual de 42.54% ou seja, a do Brasil é 7,6 vezes maior.
Em comunicado, a Proteste destacou que não há diferença suficiente entre as taxas básicas de juros dos outros países para justificar a disparidade. "As diferenças existentes entre os indicadores econômicos dos países relacionados não são significativas. Isto só reforça o exagero das taxas de juros praticadas com cartões de crédito no Brasil. Caso a média anual dessas taxas fosse a metade, ainda seria maior que o dobro do segundo colocado, que é o Peru, com taxa anual de 55%."
A média foi calculada com base nos valores dos cartões dos seguintes bancos e financeiras: Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Banco IBI, Banrisul, Caixa Econômica Federal, Citibank, Losango, Panamericano, Banco do Brasil, Banco BMG e BV Financeira.