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Ficção

Brasileiros criam websérie passada no Líbano

Home page de Flying Kebab: história simples, mas produção e trilha esmeradas | Reprodução
Home page de Flying Kebab: história simples, mas produção e trilha esmeradas (Foto: Reprodução)

São Paulo - Como documentar a experiência única de conhecer um país com uma cultura tão rica e diferente como o Líbano? Fazer um diário online da viagem parece ser a resposta mais comum nos dias de hoje. Para um trio de amigos brasileiros, entretanto, a saída encontrada foi bem mais criativa e original. "Que tal fazer uma websérie de ficção?", pensaram. Foi exatamente assim que nasceu o independente, colaborativo e experimental Flying Ke­­bab (www.flyingkebab.com), que mistura histórias reais e virtuais para contar a saga do jovem Nando em busca de sua herança misteriosa em uma bela e caótica Beirute.

O trio é formado por Matheus Siqueira (estudante de Jornalis­mo e diretor da série), Fernando Borges (fotógrafo e protagonista da história) e Cléderson Perez (estudante de Produção Editorial e produtor do projeto). Juntos, em­­barcaram para o Líbano para trabalhar em uma rede de televisão local e na bagagem levaram a vontade de produzir um trabalho autoral e que explorasse o po­­­tencial da internet para contar uma boa história. A qualidade do trabalho que vem sendo rea­­lizado pela trupe, que foi an­­gariando parceiros e colaboradores graças à web, impressiona.

Mais do que na trama em si – a saga de Nando, apesar de misteriosa e envolvente, é bem simples e até superficial – o char­­me está no esmero da edição, no ca­­pricho da trilha sonora, na criatividade da fotografia. Em suma, a produção é de primeira e o jogo de cena se sobressai muito mais do que o próprio conteúdo. Mas, de um jeito ou de outro, vale a con­­ferida. A série se­­­gue no ar até, pelo menos, fe­­vereiro do ano que vem, quando es­­tá prevista a vol­­ta deles do Lí­­ba­­­no para o Bra­sil. O total de epi­­sódios segue em aberto devido às dificuldades na pré-produção e à falta de grana.

Siqueira se diz aficionado por tecnologia, cinema e novas formas de contar histórias, além de admirar o trabalho de Jonathan Harris (leia sobre ele no texto ao lado). Fica claro que ele resolveu misturar esses gostos e interesses e a combinação saiu no ponto. Nas suas palavras o mérito deve não apenas ser compartilhado com os amigos, mas também com a audiência. "Muitas pessoas assistem ao Flying Kebab, gostam do projeto e, de forma vo­­lun­­tária, resolvem participar de um modo ou outro", conta. A sé­­rie, que está em seu quarto episódio é, em parte, bancada por uma espécie de "vaquinha online".

Ah, sim, e se você chegou até aqui se perguntando o motivo do curioso nome da série a resposta de Matheus talvez não o satisfaça. "No começo a única comida que conhecíamos daqui – fora quibe, esfiha – era kebab, então quando fizemos o primeiro episódio acabou saindo Flying Ke­­bab", explica, rindo.

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