Com mais dinheiro no bolso e temperaturas elevadas, o brasileiro aproveitou a folga no orçamento para se refrescar com a cervejinha gelada no final da tarde. Só em janeiro deste ano, o consumo de cerveja cresceu 9,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram consumidos 990 milhões de litros em janeiro de 2006 contra 910 milhões de litros em janeiro de 2005. No ano passado, cada consumidor consumiu 84 garrafas de cerveja com 600 ml por ano, cinco a mais do que em 2004.
"O consumo de cerveja está intimamente ligado com a renda do consumidor. Quando a renda cai, o consumo acompanha", explica o Luciano Fonseca Filho, analista de mercado do Sindicato Nacional da Indústria Cervejeira (Sindicerv). Em dezembro de 2005, a renda média do trabalhador brasileiro chegou a R$ 1.201,94, valor 2,14% maior do que no mesmo mês do ano anterior, segundo levantamento do IBGE. Em 2005, a renda cresceu 2,27%. "Mesmo sendo um crescimento pequeno, tem impacto no nosso mercado".
Fonseca, analista do Sindicerv, destaca que os preços da cerveja tiveram uma alta inferior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE. Em 2005, o IPCA ficou em 5,69%, e o preço da cerveja subiu 3,86%, em média.
Os dados da entidade também apontam que, em 2005, o consumo da "loira gelada" em todo o país cresceu 6,5%: pulou de 8,47 bilhões de litros em 2004 para 9,20 bilhões de litros em 2005. A tendência é que o consumo continue crescendo. Neste ano, a expectativa é as vendas de cerveja cresçam até 4,5% em relação a 2005.
Só a AmBev, que detém 69,4% de participação de mercado, viu sua receita no Brasil subir 11,9% no último trimestre do ano passado e atingir R$ 2,53 milhões. Neste ano, a cervejaria espera vender 3% a mais do que no ano passado.
