São Paulo - Bancos e varejistas vão encontrar canais alternativos para driblar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,5% para 3% ao ano no crédito a pessoa física, que foi anunciado pelo governo na quinta-feira e entra hoje em vigor. Especialistas dizem que as compras parceladas sem juros no cartão de crédito, que não pagam IOF, devem crescer nos próximos meses. Além disso, em vez de emprestar ao consumidor, os bancos podem reforçar acordos com redes de varejo, liberando o crédito para os lojistas para que estes financiem as compras diretamente a seus clientes, escapando do IOF maior.
Os analistas da gestora Barclays Capital, Roberto Attuch e Fabio Zagatti, estão céticos quanto a eficácia da medida para frear o crédito no sistema financeiro, que cresceu 21% nos 12 meses encerrados em fevereiro. "Um aumento de 1,5 ponto porcentual no custo do crédito ao consumo não parece ter um impacto significativo em reduzir a originação desse crédito", destacaram, em relatório. A medida do governo deve ter impacto negativo principalmente em linhas como crédito consignado e financiamento de veículos, avaliam os analistas. A razão é que são os segmentos com menor taxa de juros quando comparado a outras linhas, por isso são mais sensíveis ao aumento do IOF.