Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (6) aponta que 17% das exportações de ouro realizadas pelo Brasil no ano passado foram feitas de maneira ilegal. Segundo estudo realizado pelo Instituto Escolhas, das 111 toneladas – cerca de US$ 4,9 bilhões - enviadas para fora do País em 2020, aproximadamente de 19 toneladas não tiveram a produção registrada ou não tinham título de autorização de extração.
Desse total, 485 kg vindos do Pará e do Mato Grosso não tinham um título para a extração do metal e outras 18,6 toneladas não foram contabilizadas nos registros de produção. De acordo com o levantamento, as exportações ocorreram por estados como Minas Gerais e São Paulo. “Isso porque esses estados ou não produziram um grama sequer de ouro (São Paulo) ou exportaram muito mais do que produziram (Minas Gerais), um indicativo de que exportaram ouro sem registro ou autorização ou ainda extraído em outros estados, como aqueles da região amazônica”, diz o instituto.
Para a gerente de projetos e produtos da organização, Larissa Rodrigues, um sistema de rastreabilidade é essencial para reduzir o problema. “Exportamos ouro ilegal em grande quantidade, por isso é urgente que tenhamos um sistema de rastreabilidade, caso contrário não será possível comprovar se ele foi produzido legalmente ou se veio de Terras Indígenas e Unidades de Conservação na Amazônia”, diz.