O acordo firmado entre Mercosul e União Europeia, que ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu e pelos parlamentos dos países envolvidos, dará aos países do bloco do Sul, em especial ao Brasil, uma espécie de “passaporte” para outros mercados globais. A opinião foi compartilhada pela economista franco-britânica Emily Rees, fundadora da Trade Strategies, durante o painel de abertura do segundo e último dia do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre nesta quinta e sexta-feira (6) em Curitiba. Segundo a economista, os dois blocos juntos representam 25% do PIB mundial e movimentaram, em 2018, US$ 400 bilhões – somente entre Brasil e Europa.
“A UE é um mercado qualificador, quando você exporta para lá quer dizer que o seu produto tem um ‘selo’ de qualidade e pode ser exportado para o mundo inteiro. É um mercado que abre outros mercados”, sintetizou a economista. Além dela, o painel contou com a participação de Gustavo Cupertino, do Ministério da Agricultura, que mostrou nos últimos anos a participação da Europa na pauta de exportações brasileira vinha sendo reduzida. Por outro lado, reconheceu que as importações do Brasil também devem crescer com o acordo comercial.
Já Maria Noel Ackerman, representante uruguaia do Conselho Agropecuário do Sul (CAS), explicou o papel do Conselho em articular o sistema agropecuário regional e coordenar ações em políticas públicas para o setor. Segundo ela, os países do CAS representam 13% das exportações de base agrária mundial. “Somos importante provedor desses produtos para o mundo”, avaliou. O crescimento das exportações de produtos de base agrária dos países do bloco nos últimos anos se deve principalmente ao crescimento da soja no Brasil. A oleaginosa representa 40% do total exportado pelos membros do CAS.
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