O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a criticar o teto de gastos nesta quinta (17).| Foto: Sebastião Moreira/EFE.
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Os economistas Arminio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha defenderam nesta quinta-feira (17) a responsabilidade fiscal em uma carta pública ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O artigo escrito pelos criadores do Plano Real foi publicado na Folha de S. Paulo. Os três reagiram a uma nova declaração do petista contra o teto de gastos, regra que limita as despesas do governo.

"Temos de fazer um país mais humano. Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência", disse Lula durante a Conferência do Clima da ONU (COP27), em Sharm El-Sheikh, no Egito. Fraga, Malan e Bacha, que apoiaram a eleição de Lula, disseram que compartilham de suas preocupações sociais.

"Não dá para conviver com tanta pobreza, desigualdade e fome aqui no Brasil", afirmaram. No entanto, ressaltaram que "o desafio é tomar providências que não criem problemas maiores do que os que queremos resolver". "A responsabilidade fiscal não é um obstáculo ao nobre anseio de responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O teto de gastos não tira dinheiro da educação, da saúde, da cultura, para pagar juros a banqueiros gananciosos", diz a carta.

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Os economistas citam a PEC fura-teto apresentada ao Congresso nesta quarta (17) pela equipe de transição. A proposta prevê que R$ 198 bilhões fiquem fora do teto de gastos. Os três apontam ainda que apenas o "histórico" dos mandatos anteriores de Lula não basta diante do mercado financeiro.

Fraga, Malan e Bacha reforçam que "os juros, o dólar e a Bolsa são o produto das ações de todos na economia", sobretudo do governo. "São todos sintomas da perda de confiança na moeda nacional, cuja manifestação mais extrema é a escalada da inflação. Quando o governo perde o seu crédito, a economia se arrebenta. Quando isso acontece, quem perde mais? Os pobres!", diz a carta.

"Então por que falta dinheiro para áreas de crucial impacto social? Porque, implícita ou explicitamente, não se dá prioridade a elas. Essa é a realidade, que precisa ser encarada com transparência e coragem", afirmaram os economistas.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]