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O Banco Central estima que a inflação ao final de 2022 chegue a 7,3% no Brasil alcance 3,4% no próximo ano, prevendo ainda um novo aumento na Taxa Selic, em menor proporção, na próxima reunião do Copom. As análises foram divulgadas nesta terça-feira (10), com a publicação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom).
“No cenário externo, o ambiente global seguiu se deteriorando. As pressões inflacionárias decorrentes da recuperação global após a pandemia foram exacerbadas pelo avanço nos preços de commodities este ano e, mais recentemente, pela nova onda da Covid-19 na China, com potencial de prolongar ainda mais o processo de normalização do suprimento de insumos industriais. A reorganização das cadeias de produção globais, já impulsionada pela guerra na Ucrânia, deve se intensificar, com a busca por uma maior regionalização na cadeia de suprimentos. Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens”, diz o documento.
O Comitê aponta ainda que, entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação no país, destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país, parcialmente incorporada nas expectativas de inflação e nos preços de ativos. Já entre os riscos de baixa, ressaltam-se uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local e uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada. O Comitê avalia também que a conjuntura particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos.
“Para a próxima reunião, o Comitê antevê como provável uma extensão do ciclo (de juros) com um ajuste de menor magnitude. O Comitê nota que a elevada incerteza da atual conjuntura, além do estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos ainda por serem observados, demandam cautela adicional em sua atuação. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, aponta o Banco Central.