O Banco Central (BC) retirou nesta quinta-feira (12) a minuta da Medida Provisória (MP) encaminhada mais cedo ao Ministério da Economia, que previa um reajuste de 22% para os servidores da autarquia a partir de junho. Além do reajuste, a MP também pretendia propor a reestruturação das carreiras. Nesta terça-feira (10), os servidores do BC, que estão em greve desde o início de abril, decidiram manter a mobilização por tempo indeterminado.
Segundo a categoria, o governo federal não apresentou uma proposta oficial sobre as demandas dos servidores. Em nota, o BC afirmou que recuou da proposta por ter detectado "inconsistências" no texto da minuta da MP e por isso fez a retirada do Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais do Governo Federal (Sidof). A MP previa a criação de Retribuição por Produtividade Institucional e de uma nova tabela salarial para os funcionários CLT reintegrados.
O reajuste proposto o salário inicial dos técnicos chegaria a R$ 8.885,64 e no fim de carreira a R$ 15.267,79. No caso dos analistas, que passam a ser chamados de auditores, a remuneração de entrada começaria em R$ 22.420,41 e, em fim de carreira, totaliza R$ 33.391,00, informou o Estadão. Atualmente, a remuneração inicial de um técnico do BC é de R$ 7,5 mil e de um analista, de R$ 19,2 mil.
O governo já anunciou que pretende conceder um reajuste linear de 5% nos salários dos servidores federais, a partir de julho. A expectativa é que o projeto com a proposta seja enviado ao Legislativo antes do dia 22 deste mês. Neste dia será divulgado o relatório bimestral de receitas e despesas para abrir espaço no Orçamento. O governo estima que o reajuste linear no Executivo vai provocar um impacto de R$ 6,3 bilhões. Já no Judiciário, o impacto deve ser de R$ 827,9 milhões e no Legislativo, de R$ 165,3 milhões.