Balanço do BNDES aponta, ainda, um lucro ajustado por motivos extraordinários de R$ 41,7 bilhões.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 12,5 bilhões em 2022 de acordo com um balanço apresentado nesta terça (14) pela diretoria da instituição. Já o lucro líquido por motivos extraordinários, como reclassificação de investimentos, alienações de ações e receitas de dividendos, alcança o volume recorde de R$ 41,7 bilhões no período, uma alta de 22,29% na comparação com 2021.

Entre esses motivos extraordinários, estão a reclassificação do investimento em JBS (R$ 5,8 bilhões), de coligada para não coligada, das alienações de ações de R$ 2,3 bilhões, com destaque para Eletrobras e JBS, além de receitas de dividendos de R$ 18,4 bilhões, com destaque para Petrobras (R$ 17,2 bilhões).

Alexandre Abreu, diretor financeiro do BNDES, disse que o banco seguiu a tendência de redução de ativos que vem ocorrendo desde 2015. Nos últimos oito anos, os ativos do Banco caíram de R$ 1,4 trilhão, no final de 2014, para R$ 684 bilhões, em 2022, uma queda real de 51% no período. “O BNDES hoje tem o mesmo tamanho que em 2008. É um fator preocupante, uma vez que o principal ativo gerador de receita vem caindo, se continuar, vamos ter problemas em termos de resultado”, alertou o diretor.

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Já Aloizio Mercadante destacou que o BNDES repassou ao Tesouro Nacional um montante de R$ 873 bilhões em valores nominais, desde 2015, em pagamentos contratuais e antecipados de financiamentos da União, FAT, dividendos e tributos federais.

“O BNDES transferiu a mais R$ 254 bilhões que o subsídio que recebeu, de R$ 414 bilhões, entre 2008 e 2014. Cinco vezes o lucro líquido, vinte vezes o recorrente. Não é papel do BNDES financiar o Tesouro nesta velocidade”, disse.

Ele afirmou, ainda, que o objetivo de sua gestão a frente do banco é “”voltar ao patamar histórico dos desembolsos do BNDES desde o início da implantação do Real que é de 2% do PIB. Para isso, queremos dobrar o tamanho do BNDES até 2026 para que possa cumprir seu papel de desenvolvimento econômico e social”, completou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]