O economista-chefe do banco BNP Paribas no Brasil, Gustavo Arruda, avalia que o Brasil só conseguirá implementar uma reforma tributária ampla no próximo mandato presidencial, a ser iniciado em 2023. "A reforma é muito grande, tem pretensões imensas", justifica Arruda. Ele aponta, por exemplo, que as mudanças em discussão no Congresso aumentam a tributação sobre o setor de serviços, que foi um dos mais penalizados durante a pandemia do novo coronavírus.
Apesar do ceticismo em relação à implementação de reformas, o economista avalia que os próximos dois meses serão essenciais para a manutenção da credibilidade do país junto aos investidores. "Há muita dúvida, muito ruído sobre a retirada dos estímulos fiscais. O teto de gastos é extremamente relevante para discutir credibilidade", disse Arruda em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10). Para ele, mais do que cumprir o teto, o governo precisa mostrar que está disposto a perseguir a meta. "É preciso passar mensagens muito claras sobre a eliminação dos incentivos fiscais", afirmou.