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O presidente Jair Bolsonaro (PL) avalia aumentar o vale-alimentação dos servidores federais no lugar de conceder o reajuste linear de 5% acertado pelo governo em abril. O valor do vale deverá passar de R$ 600 para todo o funcionalismo federal. O último reajuste neste benefício para a categoria ocorreu em 2016. Atualmente, o Executivo paga um auxílio-alimentação de R$ 458 mensais a todos os servidores ativos, exceto aqueles que estão afastados por licença-capacitação de longa duração ou por cessão a organismos internacionais, informou o jornal O Globo.
Inicialmente, o governo havia projetado dar o aumento apenas aos policiais. No entanto, as demais categorias pressionaram por aumento e reestruturação de carreiras nos últimos meses. Algumas delas, como os servidores do Banco Central, entraram em greve. Em abril, Bolsonaro bateu o martelo no aumento linear de 5%, patamar que não cobre a demanda do funcionalismo. Em meio a insatisfação, o mandatário se reuniu nesta semana com ministros e pediu a eles para prepararem um reajuste concentrado apenas no vale.
O novo valor ainda não foi definido, mas pode chegar a R$ 700 mensais. Bolsonaro deve oficializar o aumento até o fim deste mês para oficializar devido à Lei de Responsabilidade Fiscal. Nesta segunda-feira (30), o governo anunciou o bloqueio de R$ 8,2 bilhões em despesas do Orçamento. O valor não prevê o aumento de salários dos servidores federais.
A expectativa é de que o corte total, após a decisão final do governo sobre o tema, chegue a R$ 14 bilhões. O valor adicional de cerca de R$ 5,5 bilhões seria somado a R$ 1,7 bilhão no Orçamento reservado anteriormente para o reajuste. Com isso, os R$ 7,2 bilhões seriam destinados a um aumento no vale. Integrantes do governo argumentam que grande parte dos servidores recebe até R$ 6 mil mensais e um reajuste de R$ 600 ou R$ 700 no vale-alimentação beneficiaria quem ganha menos e seria suficiente para cobrir toda a inflação do ano passado.