Ao ser elogiado por um apoiador na segunda-feira (16) sobre as ações que o governo vem tomando para tentar reduzir os preços dos combustíveis, Bolsonaro citou a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar os estados a reduzir o ICMS do diesel. “Estamos fazendo. Entrei com ação no Supremo. Ganhamos, porque caiu com o André Mendonça. A gente espera aí nos próximos dias uma redução do ICMS. Com toda certeza vamos entrar na Petrobras nessas questões também. Não é possível uma petrolífera dar 30% de lucro enquanto as outras, no máximo 15%, para atender interesse não sei de quem", afirmou Bolsonaro. Politicamente impossibilitado de intervir empresa, o presidente adotou a pressão sobre a estatal como estratégia para evitar novos reajustes sobre o preço dos combustíveis.
“Tô fazendo o possível. Tem mais coisa pra acontecer na questão da Petrobras. Já sabem o que está acontecendo. Não vou entrar em detalhes, está sempre fazendo alguma coisa para buscar alternativa", disse o presidente. "Eu faço a minha parte. Agora, todo mundo tem que colaborar. Não é ganhar mais dinheiro na crise. É o que infelizmente alguns setores fazem, como a própria Petrobras. 'Ah tem o estatuto'. Estatuto está acima da lei, não está acima da Constituição. Então, tem o fim social da empresa.O que ta em jogo aqui é o futuro do Brasill”, disse Bolsonaro para apoiadores na segunda-feira (16), no Palácio da Alvorada. “A canalhada do lado de lá, junto com alguns outros canalhas que existem em Brasília querem botar a culpa em mim de tudo que está acontecendo. Não fujo da minha responsabilidade”, disse Bolsonaro.
Mais tarde, em discurso durante cerimônia de abertura da 36ª edição da Apas Show, evento supermercadista, o presidente Bolsonaro voltou a falar da Petrobras e afirmou que é obrigado a mexer nas peças do tabuleiro e que “dói mandar alguém embora”. “Todos têm que ter consciência, apertar o cinto, salvar o Brasil. Como as petrolíferas do mundo todo tiveram, reduziram suas margens de lucro. Exceto a Petrobras Futebol Clube. Essa tá preocupada em ser campeã do mundo. Nada contra empresa ter lucro, tem que ter lucro, se não não existe mercado livre, não existe democracia, sepulta o capitalismo e o outro lado a gente sabe que não dá certo”, disse Bolsonaro. “E daí a gente é obrigado a mexer as peças no tabuleiro. Dói mandar alguém embora ou quando alguém pede para ir embora, dói. Não é fácil, mas as coisas acontecem e nós temos que mudar. Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão”, afirmou o presidente.