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No comando da Petrobras há menos de 20 dias, José Mauro Coelho disse nesta quarta-feira (4) que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "já entendeu muito bem a questão de preço de mercado" e que não fez nenhum pedido específico sobre a política da preço da estatal ao colocá-lo no comando da empresa. "Só pediu para eu conduzir a companhia", afirmou em entrevista do jornal Estadão.
O presidente da Petrobras também disse que é legítima a preocupação com o aumento dos preços dos combustíveis no mercado interno e que "o governo precisa criar os mecanismos e instrumentos para (minimizar os efeitos em) casos de aumento de preço dos combustíveis em momentos atípicos como este que vivemos". Ele, porém, considera injusto culpar a empresa pela subida de preços e que é necessário melhorar a comunicação da Petrobras com a sociedade. "O preço médio da gasolina hoje é de R$ 7,27 por litro e note que a parte da Petrobras nesse total é de R$ 2,84 ou 39% do preço da gasolina para o consumidor", disse.
Ao ser perguntado sobre novos reajustes de preços, Coelho afirmou que isso está sendo analisando. "A gente trabalha internamente diariamente olhando isso. Estamos preocupados com a questão da volatilidade dos preços e, no momento correto da companhia, vamos fazer reajuste sem nenhum tipo de problema, para cima ou para baixo".
Falando sobre a situação do diesel no mercado internacional, o chefe da Petrobras disse que os estoques do combustível nos Estados Unidos estão 20% abaixo do que eram há 5 anos. "Isso mostra esse aperto entre oferta e demanda e isso faz com que o preço do diesel aumente muito também... De uns meses para cá, a gente vê que o petróleo sobe, mas o diesel sobe muito mais, por causa da escassez de oferta. E claro, como tanto o diesel como o petróleo são commodities, isso acaba impactando o mercado doméstico. Hoje nós importamos 27% da demanda de diesel".