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Os caminhoneiros engrossaram as críticas ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e boa parte dos líderes passaram a tratá-lo como um grande desafeto da categoria. A relação entre o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro e líderes dos transportadores autônomos vinha desgastada e piorou esta semana. À exceção de uma ala mais próxima de empresas do agronegócio que ainda apoia o governo, o ministro passou a ser mais criticado em grupos de WhatsApp.
Na segunda-feira (25), começou a circular um vídeo em grupos de caminhoneiros em que Tarcísio diz que a probabilidade de uma nova greve dos caminhoneiros é "zero". Em um auditório, o ministro da Infraestrutura diz que sua missão é abaixar o custo do frete, não subir, afirma que o problema do preço baixo dos fretes se deve ao excesso de oferta e minimiza as chances de uma greve.
"São meia dúzia de líderes que cada vez chamam a greve", afirma. "O que aconteceu em 2018 não vai acontecer tão cedo. Mais de dois terços do transporte, hoje, está nas mãos de transportadoras, não são autônomos", declarou. Apesar de a fala ter sido dita em 2019, segundo os próprios caminhoneiros, o vídeo repercutiu mal nos grupos. O ministro já vinha sendo criticado e lideranças prometem subir o tom na paralisação prevista para 1º de novembro.
"O Tarcísio diz que não recebe mais alguns líderes de jeito nenhum. E nem adianta mesmo ele receber, já que ele não tem mais credibilidade com o pessoal da greve, que vai acontecer", sustenta um líder da categoria. "O Tarcísio vai quebrar a cara. Devia ter visto como foi no dia 7 [de setembro]. Ele não tem o poder sobre os caminhoneiros e, diferentemente do que pensa, as transportadoras acompanharão o movimento e aí quero ver ele desdenhar", sustenta um outro líder.
O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o "Chorão", líder da greve em 2018, criticou a fala do ministro à imprensa. "Vaza vídeo do ministro afirmando que o seu principal papel é baratear o frete e desarticular a greve dos caminhoneiros", disse.