A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) criticou nesta quinta-feira (7) a PEC dos Benefícios, que cria um “voucher-caminhoneiro” no valor de R$ 1 mil mensais até dezembro. Em nota, a entidade classificou a proposta como “PEC da esmola”. “É uma afronta à nossa inteligência, é uma tentativa clara de comprar o direito mais digno de um cidadão, que é o seu voto”, afirmou a associação. “Caminhoneiro não é burro, nós sabemos fazer conta”, ressaltou a nota.
A Abrava avalia que o vale de R$ 1 mil não vai resolver o problema dos caminhoneiros autônomos, pois com o litro do diesel custando, em média, R$ 7,50, é possível comprar 133 litros do combustível, informou o Estadão. “A maioria dos caminhões dos autônomos são antigos, e fazem na média dois quilômetros com um litro de diesel. Com a 'PEC da esmola', os caminhoneiros conseguem rodar 266 quilômetros. É uma falta de respeito”, diz a entidade.
Os caminhoneiros também questionam qual será o critério usado pelo governo para distribuir o dinheiro. “Como será entregue esse dinheiro para os caminhoneiros autônomos? Queremos saber: qual o estoque de diesel disponível no Brasil? Qual a previsibilidade de aumentos dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha) em face do aumento do dólar?”, afirmam.
Os caminhoneiros afirmaram ainda que “greve é um direito resguardado na Constituição a todos os trabalhadores” e que poderão fazer uma paralisação em protesto. O deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Caminhoneiro Autônomo e Celetista, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a tramitação da PEC dos Benefícios.