O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, minimizou nesta quinta-feira (19) as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à autonomia do banco. Em entrevista à GloboNews, Lula classificou de "bobagem" a autonomia da autarquia. Em seminário promovido por uma universidade norte-americana, Campos Neto, que tem mandato até o fim de 2024, defendeu a autonomia formal do órgão.

Ele afirmou que, em algumas entrevistas, informações são retiradas de contexto e disse que as declarações deveriam ser vistas sob um olhar mais amplo, da necessidade de a independência existir sob a lei.

"Se você olha a entrevista, de um lado, ele se orgulha por [Henrique] Meirelles [ex-presidente do BC] ter tido independência. De outro lado, o que acho que ele quis dizer foi 'eu não acho que precisamos ter a independência na lei, pode ter a independência sem a lei e fazer as coisas funcionarem'", disse.

"Quando você pensa no que está acontecendo no Brasil e quão difícil foi o processo da eleição no Brasil, acho que o mercado estaria bem mais volátil se o Banco Central não tivesse a autonomia na lei. Seria outro elemento de incerteza", declarou.

Durante a tarde, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a intenção do governo de mudar o status do BC. Em postagem nas redes sociais, escreveu que "o presidente [Lula] não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido". Com informações da Agência Brasil.