O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se antecipou às pressões da base de Lula e irá à Câmara e ao Senado| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se ofereceu para ir ao Senado e à Câmara explicar a política monetária adotada por sua gestão, afirma o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) à Gazeta do Povo.

Cotado para assumir a liderança da Minoria na Câmara, Evair conversou com Campos Neto e ouviu do presidente da autoridade monetária a disposição para ir às duas Casas legislativas. "Ele me ligou e disse que irá à CAE [Comissão de Assuntos Econômicos, do Senado] e, em ato contínuo, quer vir na Câmara", afirma.

O próprio Campos Neto entrou em contato com senadores e se dispôs a ir à CAE após a instalação do colegiado, por volta do início de março. De forma protocolar, o Senado fará um convite ao presidente do BC, que será imediatamente aceito. A ideia é fazer o mesmo na Câmara, onde, inclusive, há um requerimento de convocação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) para que ele compareça ao plenário.

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Por ter se oferecido a comparecer, Evair explica que a ideia é formalizar um protocolar requerimento de convite a Campos Neto para que ele fale em alguma comissão permanente. "Vamos só acertar a data, mas ele vai vir aqui [na Câmara]", afirma o deputado, que também quer a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para esclarecer a política econômica do governo federal e as críticas à política monetária do BC.

Conforme informou a Gazeta do Povo, a oposição a Lula quer a convocação de Haddad para prestar esclarecimentos da mesma forma que a base governista atuou para pressionar Campos Neto. "Para o Haddad eu vou apresentar um requerimento de convocação, o texto até está pronto, só estou esperando as comissões serem instaladas", diz Evair. "Imagino que o governo vai negociar para transformar [a convocação] em convite. O Haddad vai ter que falar pelo Lula e esclarecer as falas sobre o Roberto", complementa.