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A chance de a Petrobras segurar os preços dos combustíveis para, assim, ajudar no combate à inflação é "nenhuma", disse o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna.
"A chance disso [segurar preços] acontecer é nenhuma", disse o executivo em entrevista à agência Reuters. "Eu considero zero. A Petrobras é uma empresa muito bem regulada, com normas de conformidade. Nenhum colegiado vai aprovar uma coisa dessas."
A Petrobras foi usada como ferramenta no controle da inflação durante o governo de Dilma Rousseff (PT), acumulando prejuízos bilionários ao não reajustar preços em meio a aumentos na cotação do petróleo no exterior.
"Nosso presidente [Jair Bolsonaro], ministro de Minas e Energia [Bento Albuquerque], ministro da Economia [Paulo Guedes], todos estão convencidos que isso [segurar preços] não é solução, é destruição do esforço que foi feito para recuperar a companhia", afirmou Silva e Luna à Reuters.
A semana que passou foi marcada pelo reajuste de quase 9% no diesel nas refinarias, promovido pela Petrobras, e por declarações do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre os preços dos combustíveis. Lira criticou a Petrobras e o ICMS dos estados, falou em votar projeto para fixar o imposto em reais por litro, e mais tarde ele e Bolsonaro defenderam a criação de um fundo regulador para estabilizar os preços.