Nota de R$ 100| Foto: Marcelo Andrade/ Arquivo/ Gazeta do Povo
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As contas do governo federal tiveram rombo de R$ 3,6 bilhões em outubro deste ano, frente a superávit de R$ 8,7 bilhões em outubro de 2019, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Tesouro Nacional. Isso quer dizer que as despesas superaram as receitas em R$ 3,6 bilhões em outubro de 2020, o que caracteriza déficit primário, que não leva em conta o pagamento dos juros da dívida. O resultado ficou bem melhor que a mediana esperada pelo mercado, que era de um déficit primário de R$ 44,1 bilhões, segundo pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia. Também foi melhor que os meses imediatamente anteriores, em que os rombos estavam na casa dos dois e três dígitos.

O melhor desempenho para as contas do governo em outubro se deu pelo lado da arrecadação, principalmente porque as empresas começaram a recolher parte dos tributos adiados no começo do ano em virtude da pandemia. A arrecadação cresceu 9,6% em outubro quando comparada ao mesmo mês de 2019. Por outro lado, as despesas ainda continuam pressionando o resultado das contas públicas. Elas cresceram 21,8% em outubro de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019. Também contou a favor em outubro a devolução de R$ 6,116 bilhões em recursos públicos que seriam usados pelo BNDES para subsidiar o Programa de Concessões de Financiamento para Pagamento da Folha Salarial. O governo tinha aportado R$ 17 bilhões no programa, mas só R$ 10,883 bilhões foram contratados pelas empresas.

Mesmo com o resultado de outubro, o governo acumula no ano déficit primário de R$ 681 bilhões, ante um déficit de R$ 63,9 bilhões no mesmo período de 2019. O número deve chegar a R$ 844 bilhões até dezembro, segundo projeções do Ministério da Economia. O resultado é fortemente influenciado pela pandemia de Covid-19. Somente com despesas extras para conter os efeitos do vírus na economia e na saúde o governo já gastou R$ 488 bilhões de R$ 574,8 bilhões previstos até dezembro.

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