O resultado primário do setor público consolidado teve um superávit de R$ 99 bilhões em janeiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (28) pelo Banco Central. Em janeiro de 2022 o superávit foi R$ 101,8 bilhões.
Segundo o relatório de estatísticas fiscais publicado pelo órgão, o Governo Central e os governos regionais registraram superávits respectivos de R$ 79,4 bilhões e de R$ 21,8 bilhões, e as empresas estatais, déficit de R$ 2,2 bilhões em janeiro. Em doze meses, o setor público consolidado obteve superávit de R$ 123,2 bilhões, equivalente a 1,24% do PIB, resultado 0,04 ponto percentual inferior ao superávit registrado em 2022.
“Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$ 52,3 bilhões em janeiro de 2023, comparativamente a R$ 17,8 bilhões em janeiro de 2022. Contribuíram para esse aumento o resultado das operações de swap cambial (ganho de R$ 31,9 bilhões em janeiro de 2022 e de R$ 16,1 bilhões em janeiro de 2023), e a elevação da taxa Selic no período”, aponta a publicação. No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 621 bilhões (6,26% do PIB) em janeiro de 2023, comparativamente a R$ 425,7 bilhões (4,76% do PIB) nos doze meses até janeiro de 2022.
Dívida pública chega a 73,1% do PIB
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 56,6% do PIB (R$ 5,6 trilhões) em janeiro, reduzindo-se 0,9 p.p. do PIB no mês. De acordo com o Banco Central, esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos do superávit primário (redução de 1,0 p.p.), do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,5 p.p.), da variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida (redução de 0,3 p.p.), da valorização cambial de 2,3% (aumento de 0,3 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,5 p.p.).
Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 73,1% do PIB (R$7,3 trilhões) em janeiro de 2023, uma redução de 0,3 ponto percentual do PIB em relação ao mês anterior. Segundo o relatório, essa evolução no mês decorreu, principalmente, do efeito da variação do PIB nominal (redução de 0,6 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (redução de 0,3 p.p.), do efeito da valorização cambial (redução de 0,1 p.p.) e dos juros nominais apropriados (aumento de 0,7 p.p.).