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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira, pela 10ª reunião consecutiva em comunicado divulgado nesta quarta-feira (4). A taxa passa de 11,75% para 12,75% ao ano – é o maior patamar dos últimos cinco anos. A Selic não registrava uma taxa tão alta desde janeiro de 2017, quando chegou a 13%. A atual trajetória ascendente dos juros começou em março de 2021.
A alta de um ponto percentual veio dentro das expectativas do mercado diante de um quadro de inflação alta e persistente, causado sobretudo pelas incertezas da guerra na Ucrânia. A prévia do IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do país, segue acelerando. No acumulado em 12 meses passou de 11,30%, em março, para 12,03%, em abril.
As projeções para a inflação em 2022 vêm aumentando há 16 semanas, segundo o relatório focus do (BC). O ponto médio das expectativas está em 7,89%. O aumento da taxa Selic é o principal instrumento do BC para tentar conter a inflação, pressionada pela alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos.
A trajetória de elevação dos juros devem continuar. Analistas do mercado consultados pelo boletim focus acreditam que a taxa Selic pode alcançar o patamar de 13,25% ao fim do ano. A próxima reunião do Copom está marcada para a segunda quinzena de junho.
Também nesta quarta, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, elevou em 0,5 ponto percentual a taxa de juros no país. É o maior aumento desde o ano de 2000. Com isso, o intervalo da meta ficará entre 0,75% e 1%. Este é o segundo aumento de juros consecutivo nos EUA, em um esforço do Fed para conter a inflação no país, que está no pior nível em 40 anos.