O dólar subiu 4% nesta sexta-feira (22) e teve a maior alta para um único dia desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. A moeda encerrou as operações vendido a R$ 4,805, com alta de 4%. A subida só não foi maior porque o Banco Central interveio no câmbio, vendendo US$ 571 milhões em reservas internacionais no fim da tarde.
Na máxima do dia, por volta das 16h, a cotação chegou a R$ 4,83, maior alta diária desde 16 de março de 2020.
O real liderou a desvalorização entre as principais moedas globais. A divisa, que acumulava queda no mês passou a registrar alta de 0,92% em abril. Em 2022, a moeda norte-americana acumula recuo de 13,82%.
O dia foi marcado por tensões nos cenários externo e interno. No mercado internacional, as indicações de que o Federal Reserve será mais agressivo no aumento dos juros nos Estados Unidos aumentou a demanda global por dólares. Jerome Powell, presidente do banco central do país, confirmou que o órgão elevará os juros básicos em 0,5 ponto na próxima reunião, marcada para o início de maio.
Internamente, as incertezas políticas após a concessão de indulto presidencial para o deputado federal Daniel Silveira e o pedido de vista do Tribunal de Contas da União do processo de privatização da Eletrobras impactaram as negociações.