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O chamado Custo Brasil, que representa dificuldades e entraves burocráticos para a operação de empresas no país, atingiu a marca de R$ 1,7 trilhão de acordo com dados divulgados nesta quarta (17) pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O volume corresponde a 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O valor é o maior apurado desde que o MBC começou monitorar o Custo Brasil, em 2019, quando foi estimado em R$ 1,5 trilhão, correspondente a 22% do PIB na época. Apesar do volume ter diminuído em relação à geração de riquezas do país, Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento, diz que o Brasil “andou de lado”.
Segundo o MDIC, o cálculo representa a despesa adicional que as empresas brasileiras têm de desembolsar para produzir em comparação com a média do custo nos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e leva em consideração todo o ciclo de vida de uma empresa, com base em indicadores de 12 áreas consideradas vitais para a competitividade do setor empresarial.
O estudo do ministério aponta que seis desses eixos representam mais de 80% do Custo Brasil, como o financiamento dos negócios, capital humano, infraestrutura, ambiente jurídico regulatório, integração de cadeias produtivas globais e tributos. Neste último, as empresas gastam aproximadamente 62,5 dias para cumprir com as obrigações fiscais, enquanto que os países da OCDE levam, em média, 6 dias.
Para tentar diminuir este valor, o MDIC e o MBC lançam, no segundo semestre, o Plano de Redução do Custo Brasil a ser executado entre 2023 e 2026, com consulta pública aberta até o dia 18 de maio. A coleta tem como objetivo reunir propostas da sociedade civil, órgãos e entidades da União, dos estados e municípios para identificar normas que causam custos excessivos ou inadequados à atividade econômica brasileira.