Delegados federais de todo o país cruzaram os braços por uma hora nesta quinta-feira (12) como forma de protesto para que o presidente Jair Bolsonaro assine a medida provisória que estabelece a reestruturação da carreira dos policiais federais. Os atos acontecem em unidades da Polícia Federal e contam com a participação de profissionais das demais carreiras, que realizam manifestações simultâneas. As manifestações foram organizadas pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).
Esse foi o segundo protesto desde que as assembleias gerais aprovaram a realização das manifestações e acontece como resposta a decisão de Bolsonaro de recuar na proposta de reestruturação e, no lugar, promover um reajuste linear de 5% para todos os servidores públicos federais.
A mobilização ocorreu em horários definidos em cada unidade da PF. No Rio de Janeiro, o ato foi realizado no Aeroporto Internacional Santos Dumont, às 10h. Em São Paulo, delegados de todas as unidades pararam por uma hora a partir das 11h. Já em Brasília, o ato ocorreu na Superintendência Regional, às 10h.
No orçamento do ano passado, após negociações com o ministro da Justiça, Anderson Torres, que é delegado da PF, e acreditando nas promessas favoráveis de Bolsonaro, os deputados da bancada da segurança na Câmara conseguiram reservar R$ 1,7 bilhão para reestruturação das carreiras e aumentos salariais de policiais.
Mas outras categorias de servidores, principalmente auditores da Receita Federal, protestaram contra a melhoria direcionada apenas para os policiais da União. E o governo, então, passou a sinalizar que usaria o recurso para conceder um reajuste linear de 5% a todo o funcionalismo federal.