Em meio à maior expansão econômica que os Estados Unidos já viram, com taxas de pobreza e desemprego em mínimos históricos entre 2017 e 2018, a divisão entre ricos e pobres também foi maior do que nunca, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (26). No ano passado, a desigualdade de renda naquele país atingiu seu nível mais alto desde que o rastreamento começou a ser feito, em 1967.
A medição se baseia no índice de Gini, que avalia a distribuição de riqueza em uma população, com zero representando a igualdade total e 1 representando desigualdade total. Nos EUA, o indicador tem aumentado constantemente nas últimas décadas e alcançou 0,485 em 2018 (como comparação, nenhum país europeu teve índice superior a 0,38 entre 2017 e 2018). O indicador é o mais alto desde que os estudos começaram, há mais de 50 anos, quando o coeficiente era de 0,397.
Em análise, os ganhos econômicos recentes dos trabalhadores de baixa renda, que encontraram emprego e se beneficiaram de aumentos de salário mínimo em muitos estados, não foram suficientes para fechar a tendência de longo prazo dos ricos, que tiveram crescimento de renda muito maior do que as faixas inferiores. Embora a diferença entre os mais ricos e os mais pobres tenha aumentado nos EUA, a renda familiar média do país chegou a US$ 63.000 pela primeira vez - ainda que após o ajuste pela inflação, seja aproximadamente a mesma de 20 anos atrás.