Ouça este conteúdo
A dívida bruta do governo geral vai encerrar 2022 no menor nível dos últimos cinco anos, segundo o Ministério da Economia. No relatório de avaliação de receitas e despesas primárias publicado na última quinta-feira (22), a equipe do ministro Paulo Guedes projetou uma dívida equivalente a 73,7% do Produto Interno Bruto (PIB) ao fim deste ano, nível idêntico ao de dezembro de 2017.
No mesmo documento, o ministério elevou de R$ 23,4 bilhões para R$ 34,1 bilhões a estimativa de superávit primário do governo federal neste ano. Esse indicador reflete a diferença entre receitas de despesas do governo, sem considerar o pagamento da dívida. Será o primeiro resultado positivo da União desde 2013, provocado, em parte, por receitas extraordinárias. Para 2023, o próprio Ministério da Economia preparou um Orçamento prevendo a volta do déficit – no caso, de R$ 65,9 bilhões.
Quando Bolsonaro tomou posse, a dívida bruta era de 75,3% do PIB. Ela chegou a esse patamar após cinco anos consecutivos de alta: entre 2013 e 2018, em decorrência do forte aumento de gastos no fim do governo de Dilma Rousseff (PT) e da profunda recessão de 2015 e 2016, o endividamento deu um salto de 23,8% do PIB.
Em 2019, no primeiro ano do mandato de Bolsonaro, a dívida bruta recuou a 74,4% do PIB. Em 2020, sob impacto da explosão de gastos para enfrentar a pandemia de coronavírus, o indicador chegou perto de 88% do PIB e encerrou ano em 86,9% do PIB. Depois, a dívida fechou 2021 em 78,3% do PIB e, segundo o dado mais recente do Banco Central, recuou a 75,1% do PIB até outubro deste ano.