Mais de 300 mil pessoas no Brasil investem em fundos que têm em suas carteiras apenas uma ação: normalmente Vale ou Petrobras. Esses investimentos foram criados, no geral, há mais de 15 anos, quando o ambiente de competição no mercado era baixo e o acesso dos investidores para a compra direta de ações na Bolsa, mais restrito.
O levantamento feito pela Economática mostrou que há, hoje, 51 fundos "mono ação" no mercado, com patrimônio líquido conjunto que supera R$ 7 bilhões. Desses, 24 têm mais de mil cotistas. O maior é um do Banco do Brasil, com 34,6 mil cotistas, segundo o estudo, que tem a data-base de 25 de setembro.
A preferência desses fundos por papéis da Vale ou da Petrobras tem a ver com o fato de que, em 2002, o governo permitiu que os trabalhadores destinassem parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de ações da mineradora. O objetivo do governo era vender seus papéis e popularizar os investimentos na Bolsa. O mesmo mecanismo foi utilizado, mais tarde, para as ações da Petrobras.