Em coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta sexta-feira (20) no interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, responderam a questionamentos sobre a parceria do governo brasileiro com a SpaceX. A companhia é de propriedade do bilionário sul-africano Elon Musk, que veio ao país para reunião sobre a utilização de satélites na região amazônica para conexão de escolas e monitoramento da floresta. O empresário não participou da entrevista.
Sobre a formalização da parceria, Bolsonaro afirmou que a reunião de hoje foi um "primeiro contato, o início de um namoro que tenho certeza acabará em casamento brevemente", em uma metáfora comumente usada pelo presidente. Ainda não foram discutidos custos ou investimentos a serem realizados por parte do país. Em novembro do ano passado, Faria já havia se reunido com o bilionário nos Estados Unidos, já em tom de anúncio de uma colaboração.
Bolsonaro ainda afirmou que a parceria interessa muito ao governo e que haverá "toda a boa vontade" para com a sua concretização, inclusive com movimentos de desburocratização. O presidente reforçou que a chegada dos satélites à região amazônica permitirá o fim de questionamentos sobre desmatamento e queimadas, permitindo a identificação dos proprietários e responsáveis por crimes ambientais.
Sobre eventuais riscos relacionados a uma parceira com a Starlink, como de perda de soberania nacional, o ministro Fabio Faria afirmou que são inexistentes, uma vez que "quem libera o lançamento dos satélites não é o governo brasileiro. O que queremos é que todas as informações que ele já tem possa dividir com o governo. Eles que estão abrindo mão da soberania deles para nós", disse. A Starlink, braço da SpaceX de fornecimento de internet banda larga por meio de satélites de baixa órbita, teve atuação no país autorizada pela Anatel em janeiro.