A guerra comercial entre China e Estados Unidos, aliada aos efeitos da peste suína africana, pode ser a grande oportunidade para o mercado brasileiro se firmar como exportador de carne suína. É o que garante Renato Rasmussen, diretor de inteligência de mercado na INTL FCStone. Em sua fala durante a 7ª edição do Fórum de Agricultura da América do Sul, Rasmussen explicou que o atual cenário de importações de suínos pela China é o ponto de partida para uma alteração no mercado mundial de exportações desse tipo de carne.
Segundo o diretor de inteligência, em 2018, o mercado chinês consumiu 48% de toda a carne de porco do mundo, o que em grande parte era suprido pela autoprodutividade local. Com a morte dos rebanhos asiáticos por conta da peste, a solução passou a ser a importação dos maiores produtores, como União Europeia e Estados Unidos. “O problema é que a EU não consegue suprir a demanda sozinha e os EUA tiveram as importações interrompidas desde 5 de agosto, como efeito da guerra comercial. Sobra para o Brasil, mesmo em meio a tantas incertezas”.
A diretora executiva do CME Group, Susan Sutherland, defende que as incertezas devem ser usadas para ajustar possibilidades de mercado. “Sabendo o custo de produção e definindo os objetivos, ajusta-se o plano para atingir o lucro. Basta conhecer o consumidor final”. A norte-americana ainda garantiu que a instabilidade trazida pela guerra comercial pode ser vista como um desafio positivo ao Brasil, já que 71% dos empreendedores chineses não acreditam que os impactos trazidos com a disputa serão resolvidos em curto prazo.