Empresários do setor aéreo se reuniram nesta sexta-feira (20) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar demandas do setor que encarecem o preço das passagens aéreas. A reunião ocorreu após o governo colocar a reoneração dos combustíveis, incluindo o querosene de aviação, na lista de medidas que visam recompor as receitas do governo.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, o preço do querosene impacta em 40% do valor da passagem aérea. Nos Estados Unidos e na Europa, essa proporção é de 22% e 24%, respectivamente.
Com o aumento de custos decorrente do salto do querosene de aviação e do dólar, Sanovicz explicou que houve uma inflexão no ciclo aberto em 2002 de maior acesso dos brasileiros aos voos aéreos. O executivo lembrou que na primeira década de liberdade tarifária, o tíquete médio das passagens caiu pela metade, enquanto o número de passageiros passou de 30 milhões para 100 milhões.
"Viemos colocar ao ministro que, retomadas as condições de custo e operação que já tivemos, a aviação brasileira é capaz de entregar um número muito expressivo de passageiros. Se triplicamos em uma década, nós entendemos que é possível dobrar em outra década", acrescentou o presidente da Abear em conversa com jornalistas ao final da reunião.
O setor aéreo deve participar de reuniões bimestrais com o governo para articular uma redução de preços nas passagens. Além de Sanovicz, participaram da reunião com o ministro,os presidentes da Gol, Celso Guimarães Ferrer Junior, e da Azul, John Rodgerson, além do diretor financeiro da Latam, Felipe Pumarino.