Investidores estrangeiros aplicaram US$ 7,7 bilhões no setor produtivo brasileiro em março, 19% mais que no mês anterior e 12% acima do registrado em março de 2021. O valor é líquido, ou seja, já exclui as saídas de capital.
De acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (25) pelo Banco Central, no mês passado houve ingressos líquidos de US$ 6,4 bilhões em participação no capital e de US$ 1,2 bilhão em operações intercompanhia.
Com os números de março, o Investimento Direto no País (IDP) acumulado em 12 meses chegou a US$ 89,7 bilhões, o equivalente a 4,57% do PIB, segundo o BC. Esse saldo cobre com folga o déficit em transações correntes do Brasil, de US$ 52,3 bilhões em 12 meses, ou 2,66% do PIB.
O valor mais recente do investimento no setor produtivo supera o acumulado em um ano até fevereiro (US$ 88,9 bilhões, ou 4,54% do PIB) e está entre os maiores das últimas duas décadas. No entanto, ficou abaixo do registrado no começo deste ano. Em janeiro, o IDP em 12 meses somava US$ 93,3 bilhões, ou 4,79% do PIB, maior índice desde junho de 2001.
Mais voláteis que o IDP, os investimentos em carteira fecharam março no negativo, com saídas líquidas de US$ 2 bilhões, segundo o BC. O déficit foi resultado de resgates de US$ 3,7 bilhões em ações e fundos de investimento e ingressos de US$ 1,7 bilhão em títulos de dívida. No acumulado de 12 meses, segundo o BC, as aplicações em carteira têm saldo positivo de US$ 7,1 bilhões.