Sala de aula vazia durante a pandemia: alunos de escolas públicas do Brasil ficaram sem aula presencial por quase um ano e meio.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
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Crianças e jovens mundo afora podem perder US$ 17 trilhões ao longo da vida em função do fechamento prolongado de instituições de ensino na pandemia de Covid-19, considerando os anos de 2020 e 2021. É o que aponta o estudo "Estado da Crise Global de Educação: Um Caminho para a Recuperação", publicado em conjunto pelo Banco Mundial, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O Brasil, por exemplo, foi um dos países que fechou instituições de ensino por mais tempo durante a pandemia. Levantamento da Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE) coloca o país no topo do ranking de nações que suspenderam atividades presenciais de ensino em 2020: apenas naquele ano foram 178 dias "sem aulas" apenas na educação básica pública.

"O impacto é mais severo do que se pensava anteriormente, e excede de longe as estimativas de 10 trilhões de dólares divulgadas em 2020", diz o Banco Mundial. De acordo com a análise, as perdas de aprendizagem são mais profundas com relação à matemática do que leitura, e afetaram significativamente os estudantes mais jovens, alunos com baixos rendimentos e meninas.

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O estudo ainda aponta que apesar da tentativa de várias nações de oferecer oportunidades de aprendizagem à distância, a qualidade e o alcance de tais iniciativas eram baixas quando comparadas à instrução presencial.

Contra as perdas de aprendizagem, o relatório indica aos países a implementação de programas de recuperação urgentes com o objetivo de assegurar que os estudantes desta geração atinjam "pelo menos as mesmas competências da geração anterior". "Os programas devem cobrir três linhas-chave de ação para recuperar a aprendizagem: 1) consolidar o currículo; 2) aumentar o tempo de instrução; e 3) melhorar a eficiência da aprendizagem", diz o estudo.

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