Com alguns dos menores porcentuais de atraso nas modalidades de crédito, Brasília vem se destacando como uma cidade de bons pagadores. Das sete modalidades de crédito que fazem parte do Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central, a capital do país aparece com as taxas mais baixas de atraso em duas delas. Nas outras cinco, também apresenta bom desempenho. Um possível responsável: o funcionalismo público.
"Brasília tem muitos funcionários públicos, com renda maior que a média. Este fator é determinante para isso", diz Rafael Shiozer, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP-FGV). A renda domiciliar per capita mensal no DF foi de R$ 2.460 em 2018, bem acima dos R$ 1.373 da média brasileira. "São funcionários públicos com emprego estável, renda estável", diz. Segundo ele, o desemprego e a queda da renda costumam ser os determinantes para o aumento da inadimplência.
É o caso de nove municípios da região metropolitana de Salvador, incluindo a capital baiana, que lideram os atrasos em quatro das sete modalidades de crédito. Em algumas situações, como no rotativo do cartão de crédito, o índice chega a ser mais de três vezes o verificado no Distrito Federal.