As contas do Governo Central registraram um déficit primário de R$ 18,2 bilhões em novembro, o pior desempenho para o mês desde 2016. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 3,6 bilhões de outubro. Em novembro de 2019, o resultado havia sido negativo em R$ 16,5 bilhões.
O rombo do mês passado, entretanto, foi menor que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 21,9 bilhões de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 18 instituições financeiras. Em novembro, as receitas tiveram alta real de 5,4% em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas subiram 6,4% na mesma comparação, descontada a inflação, devido ao aumento dos gastos para fazer frente à pandemia do coronavírus.
Acumulado
No acumulado dos primeiros 11 meses do ano, o resultado primário é negativo em R$ 699 bilhões, o pior desempenho para o período da série histórica iniciada em 1997. Em relação a igual período de 2019, há queda de 9,7% nas receitas e avanço de 39,3% nas despesas em termos reais.
Em 12 meses até novembro, o governo central apresenta um déficit de R$ 732,9 bilhões - equivalente a 9,6% do PIB. A meta fiscal para este ano admitia um déficit de até R$ 124 bilhões nas contas do governo central, mas a aprovação, pelo Congresso, do decreto de calamidade pública para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus autoriza o governo a descumprir o valor em 2020.