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O primeiro leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para a contratação da reserva de capacidade prevista na Lei de Privatização da Eletrobras negociou apenas 37,5% da geração ofertada. Realizado nesta sexta-feira (30), o certame pretendia contratar usinas abastecidas a gás natural com capacidade de gerar até 2GW em duas regiões, mas alcançou somente 754MW no Norte. O volume corresponde a 75% da geração designada, de 1GW. O leilão ofertou também geração de mais 1GW no Nordeste, no Maranhão e no Piauí, mas não houve interessados.
Como resultado, foram contratadas três usinas que vão gerar energia ao preço médio de R$ 444/MWh - o preço-teto do certame, já que não houve concorrência pelos lotes. O investimento estimado para os três empreendimentos é de R$ 4,15 bilhões, com operação prevista até dezembro de 2026.
O gerente executivo da Secretaria Executiva de Leilões da Aneel, André Patrus, admitiu que a ausência de oferta para os produtos do Nordeste demonstra que o mercado não tem interesse em construir termelétricas nas localidades determinadas pelo certame. Conforme o jabuti embutido no texto da Lei de Privatização da Eletrobras, o governo deve contratar 8GW de reserva de capacidade de usinas termelétricas a gás e instaladas em regiões metropolitanas "que não possuam na sua capital ponto de suprimento de gás natural".