O governo federal estima terminar o ano de 2020 com um rombo de R$ 880,5 bilhões, o equivalente a 12,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Se confirmado, será um déficit recorde para as contas públicas. O valor é um efeito da pandemia de Covid-19, que terá impacto no resultado primário de R$ 615 bilhões, entre aumentos de despesas e renúncias de receitas. Só com despesas extras neste ano para combater os efeitos da Covid-19 na economia e na saúde, o governo deve gastar R$ 587,7 bilhões.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pela Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia e incluem somente o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central). Também foram calculados levando em conta uma queda de 4,98% do PIB em 2020, que é o resultado esperado pelo mercado financeiro segundo o último boletim Focus. Até o fim do ano, as projeções podem sofrer alterações, conforme novas estimativas para o PIB e novos gastos ou renúncias aconteçam.
Incluindo o resultado das estatais federais e dos estados e municípios, o Ministério da Economia estima que o déficit chegará a R$ 905,6 bilhões até dezembro, 12,7% do PIB. Esse é chamado déficit do setor público consolidado, pois considera todos os entes federados e as estatais.