O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, usou as redes sociais nesta sexta-feira (7) para afirmar que o governo pretende limitar o número de voos para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A declaração ocorreu depois que a Infraero revisou a capacidade do terminal de 9,9 milhões para 15,3 milhões de passageiros por ano, ou mais 54,5%.
"De pronto, determinamos que a operação do Aeroporto Santos Dumont neste ano terá uma redução em relação ao número registrado em 2022, e ficará abaixo de 10 milhões de passageiros em 2023", disse o ministro.
De acordo com o ministro, a medida é uma forma de recuperar o movimento do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). "Nós vamos retomar o protagonismo do Galeão! Esse é um compromisso nosso demonstrado desde o início do Governo Lula", disse, destacando que a Secretaria de Aviação Civil está elaborando estudos com possíveis soluções para ampliar o número de passageiros no aeroporto.
Mais cedo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), havia classificado como "canalhice" a decisão da Infraero, administradora do Santos Dumont. Paes disse estar, junto ao governador do Estado, Cláudio Castro (PL), pronto “para tomar as medidas necessárias para fazer com que o Santos Dumont tenha sua capacidade reduzida e o Galeão receba novos voos, recuperando sua importância”.
“Só não vê quem não quer! O Aeroporto Santos Dumont virou a única fonte de receita da estatal Infraero! Ou seja: quanto mais voos mais receita. Para complementar, ajuda a inviabilizar o Galeão”, disse Paes.
Ainda de acordo com o prefeito fluminense, esse obstáculo levaria ao desinteresse da concessionária em administrar o Aeroporto Internacional Tom Jobim, e a Infraero seria a maior beneficiada.
A Infraero alega que a “definição da capacidade de processamento de passageiros tem relação com a demanda, que varia entre horários de pico e de baixo fluxo”. E estatal informou que segue critérios estabelecidos pela Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).