O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse nesta quinta-feira (8) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende apresentar um projeto para rever, ainda no segundo semestre de 2023, a reforma trabalhista aprovada em 2017, na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). Ele, porém, reconheceu que o Congresso "não é muito simpático" à revisão da reforma. Um dos principais pontos de debate será a terceirização.
"A questão da terceirização foi feita de forma muito abrangente. E levando a um processo trágico para as relações de trabalho, especialmente no campo. Ele também levou a um processo de subcontratações, chegando ao trabalho análogo à escravidão. Essa ferramenta atrapalhou demais a qualidade dos contratos, das relações de trabalho no Brasil. Se houver entendimento das partes, pode facilitar para que a revisão possa tramitar. Tranquilo nunca será", afirmou Marinho em entrevista ao colunista Jamil Chade, do UOL.
O ministro também voltou a dizer que é favorável a uma regulação econômica e das relações de trabalho em plataformas de aplicativos. "Não podemos ficar à mercê da superexploração do capital da forma que estamos vendo essas plataformas agir. Qual a jornada? 16 horas por dia, seis dias por semana. Isso poderia ser considerado como trabalho quase análogo à escravidão", afirmou, referindo-se aos aplicativos de transportes e entregas.