O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (10) que nunca defendeu o congelamento de preços. Para o ministro, interpretar sua declaração a empresários do setor de supermercados desta forma é “absurdo”. Nesta quinta-feira (9), Guedes e o presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram de um evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Eles fizeram um apelo para o setor reduzir a margem de lucro de itens da cesta básica para conter a inflação.
“O que eu disse foi: a redução de impostos dá fôlego aos fornecedores dos supermercados para que eles absorvam o aumento de custos sem repassar nas gôndolas”, disse o ministro à CNN Brasil nesta sexta. Guedes também rechaçou a comparação com o governo de José Sarney, que nos anos 1980 decretou o congelamento de preços para segurar a inflação.
“É descabido me comparar com Sarney. Isso é coisa de gente que apoiou o Plano Cruzado, que foi uma excrescência, e está traumatizado até hoje. Estão ressuscitando e tentando exorcizar até hoje seus próprios fantasmas”, disse.
“Quando você tira a cunha fiscal, você pode absorver uma parte do aumento de custos sem repassar para o consumidor. Você abre um espaço para amortecer o aumento de custos. Essa é a preocupação [de que a atuação do governo baixando impostos não se perca nesse momento]. E é algo voluntário, não tem tabelamento”, ressaltou o chefe da Economia.
Durante o evento da Abras, Guedes afirmou que é "hora de dar um freio nos preços". "Empresários precisam entender que temos que quebrar a cadeia inflacionária. Estamos em hora decisiva para o Brasil. Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços, vamos parar de aumentar os preços", disse o ministro nesta quinta.