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Audiência na Câmara

Guedes nega conflito de interesses entre offshore e atuação no ministério: “mil vezes não”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23).
O ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (23). (Foto: Edu Andrade/Ascom/Ministério da Economia.)

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, negou nesta terça-feira (23) qualquer conflito de interesse entre a manutenção de sua offshore, nas Ilhas Virgens Britânicas, e a atuação no governo federal. "Existe algum conflito de interesse? A resposta é não, mil vezes não", disse. Ele ressaltou que a "offshore é um veículo de investimento absolutamente legal". Em outubro, a série de reportagens Pandora Papers, produzida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, revelou que o ministro mantém uma empresa fora do país instalada em paraíso fiscal desde 2015, no valor de US$ 9,5 milhões. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.

Mais cedo, Guedes prestou esclarecimentos durante uma audiência nas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) e de Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados. Não é ilegal ter uma offshore, desde que seja declarada à Receita Federal. O ministro disse aos parlamentares que enviou recursos ao exterior apenas uma vez em 2015, e não movimentou mais os valores. Ele reforçou que os recursos são declarados todos os anos. Além disso, Guedes afirmou que o Conselho de Ética da Presidência da República foi comunicado sobre a existência da empresa, assim que entrou no governo.

"Offshore é um veículo de investimento absolutamente legal. É absolutamente legal. Por razões sucessórias, se você quiser investir em alguma coisa, por exemplo, nos Estados Unidos. Se tiver uma conta em nome da pessoa física, se você falecer, 46%, 47% são expropriados pelo governo americano", disse o ministro ao explicar o motivo de listar seus familiares como diretores e acionistas da offshore.

Segundo ele, a empresa é administrada por um "blind trust", sem interferência de sua família. Para o ministro, parte dos questionamentos sobre seus investimentos no exterior é narrativa política, covardia e desrespeito aos fatos. "Todo mundo está limpo, todo mundo está legal, tudo está declarado. Apesar disso, o barulho não está parando", ressaltou. Ele também negou que tenha atuado para elevar a cotação do dólar para lucrar com a offshore.

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