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O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira (11) que está trabalhando para barrar a indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mantega, que foi indicado para fazer parte da equipe de transição do governo Lula (PT) na área de planejamento, orçamento e gestão, afirmou em entrevista para o GloboNews que Bolsonaro “tentou dar mais um golpe” com a indicação, feita pelo governo federal na última semana de outubro, próximo do segundo turno das eleições presidenciais. A eleição do BID ocorre no dia 20 de novembro.
"Nós sabemos que o BID vem de uma crise forte justamente porque o seu presidente foi nomeado pelo presidente Trump e não tinha a representatividade adequada entre os países membros do BID, que são a América Latina e a América Central. Por sinal, o presidente Bolsonaro apoiou esse presidente (Mauricio) Carone, que está sendo mandado embora de lá porque cometeu várias irregularidades e não representava bem a América Latina, que é o principal participante do BID", afirmou Mantega em declaração reproduzida pelo g1.
"Eu recebi alguns telefonemas de antigos colegas, ministros, pessoas da área econômica de países da América Latina se queixando que não estavam satisfeitos com o encaminhamento dessa eleição para a presidência. Então, eu resolvi entrar em contato, mandei sim um e-mail para a Janet Yellen, secretária do Tesouro americano e andei conversando com vários ministros da Economia de vários países latino-americanos, no sentido de buscar um candidato de união para esses países", declarou o ex-ministro.
"Não estou dizendo que (Goldfajn) seja um mau candidato, mas o Bolsonaro tentou dar mais um golpe, criar um fato consumado e fazer um presidente do BID, a meu ver, de forma equivocada. Eles não foram negociar com a Argentina, com o Peru, a Colômbia, o Uruguai, eles lançaram um candidato assim, simplesmente. Alguns colegas acham que seria interessante prorrogar essa eleição para um período futuro de forma que o novo governo (Lula) pudesse se manifestar”, concluiu Mantega.