Ao acompanhar a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em viagem à China, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a concorrência "desleal" praticada pelas empresas estrangeiras, inclusive as chinesas como a Shopee e a Shein. Haddad comparou as transações que passam ao largo da cobrança de impostos a crimes como contrabando e roubo de carga.
"O que está se reclamando por parte de algumas empresas é que está havendo uma espécie de concorrência desleal por parte de alguns sites. Está sendo investigado e será coibido. Melhor que pode acontecer ao consumidor e economia brasileira é uma isonomia na concorrência", declarou Haddad em conversa com jornalistas, em Xangai, nesta quinta-feira (13).
O ministro enfatizou que “uma ou duas grandes empresas globais” estão disfarçando suas atividades de varejo eletrônico fazendo-as passar por remessas de pessoa a pessoa para não pagar impostos.
O anúncio da concorrência desleal foi reforçado pelo ministro nas redes sociais: "É preciso que tenhamos como garantir igualdade de concorrência entre empresários brasileiros e estrangeiros, ela não pode ser desleal, beneficiando um em detrimento do outro. Isso não é bom para nossa economia".
Na última semana, Haddad já havia informado a pretensão do governo de em breve adotar medidas tributárias visando aqueles que não pagam impostos como deveriam. Porém, após uma série de críticas, ele destacou nesta quinta que "ninguém está pensando em aumentar impostos". "É hora de trilharmos o caminho para garantirmos o direito ao emprego, a oportunidades, direitos sociais e trabalhistas", complementou.