O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, criticou o sistema de meta de inflação em vigor no Brasil, que calcula o índice ano a ano, e defendeu a adoção de uma meta contínua. A mudança no mecanismo foi sinalizada por ele no começo do mês passado após uma reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas uma nova definição deve ser tomada somente na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em julho.
“Brasil e Turquia são os únicos países que adotam regime de meta com uma especificidade que, na minha opinião, não faz o menor sentido, que é o tal ano-calendário”, disse o ministro em entrevista à CNN Brasil nesta quinta (18).
Segundo Haddad, o cenário ideal é definir alvos que devem ser perseguidos ao longo de todo o ano ou em horizontes mais longos, e não tão rígidos como no atual sistema brasileiro.
“Você analisa a economia do país, crava um objetivo e não fixa o ano-calendário. Alguns chamam de meta contínua, ou seja, se é 3 [%], persegue 3 [%]. O regime, na minha opinião, tem funcionado. Eu penso que há esse aperfeiçoamento para ser feito e, talvez, a oportunidade seja agora”, completou.
A atual meta de inflação no Brasil está em 3,25% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual.