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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (14) que a primeira versão da proposta de mudanças no Imposto de Renda errou na "dosagem". A declaração foi dada durante live realizada pelo Valor. Segundo o titular da Economia, apesar de o princípio ser o mesmo, os primeiros cálculos da Receita Federal eram "excessivamente conservadores". O ministro também defendeu que o pacote de mudanças não aumenta a carga tributária.
"O Brasil estava em 0% [na tributação] dos dividendos, está indo para 20%, que é a faixa mais baixa [em uma comparação com a comunidade internacional]. O Brasil também estava em 38% sobre pessoa jurídica. Estava cobrando muito, no limite superior de imposto sobre empresa, e estava abaixo do limite inferior do IR sobre dividendos. O que fizemos foi colocar os dois próximos da faixa inferior: 20% sobre dividendos e 20% sobre empresa. É um princípio básico, ninguém é contra ele, só dois ou três países não cobravam sobre dividendos. É uma jabuticaba nossa", disse o ministro.
Ele explicou que a redução de 5% do imposto cobrado sobre empresas não compensava os 20% de taxação sobre dividendos. "Após conversas, invertemos o peso dessa gangorra. Como liberais, preferimos correr o risco de errar para o lado de redução de carga do que errar pelo lado de aumento de carga tributária", disse.
"Recalibramos os parâmetros, recuamos em coisas que estavam realmente equivocadas. Erramos na dosimetria, mas o importante é reconhecer o erro, recuar e corrigir o mais rápido possível", afirmou. "Estamos muito seguros que podemos baixar não os 5% originais e sim 10% na alíquota do IR pessoa jurídica. Ela cai de 34% para 24%. O Brasil nunca viu algo parecido. Vamos baixar isso dramaticamente", disse ele. O governo tem expectativa de, ao longo do tempo, reduzir a carga de impostos para 25% do PIB.