A gigante tecnológica chinesa Huawei sobreviverá ao bloqueio comercial dos EUA, disse seu executivo-chefe da companhia, mas pode precisar de dois ou três anos para superar os danos causados pelas proibições. Em uma entrevista na sede da Huawei no sul da China, Ren Zhengfei disse que a proibição norte-americana teve um "grande impacto" sobre a empresa, forçando-a a tentar redesenhar produtos para tentar eliminar as peças dos EUA.
Ele disse que, agora, a Huawei está produzindo equipamentos de rede de telecomunicações sem chips ou componentes dos EUA. "Com base na situação atual, acho que não há problema ao qual não possamos sobreviver", disse Ren. O CEO ainda descreveu Trump como "tentando esmagar empresas e intimidar países em todo o mundo" e disse que a proibição comercial da Huawei seria um tiro pela culatra nos EUA, privando as empresas de tecnologia de vendas. Se as empresas americanas não fornecerem a Huawei, "tenho certeza que fornecedores de outros países oferecerão com prazer seus próprios produtos para preencher esse vazio", defendeu.
A Casa Branca vem reduzindo proibições, entretanto um grande obstáculo que ainda resta é o impedimento de licenciar aplicativos do Google, como Gmail e YouTube, para uso em seus celulares. Isso tornou os telefones menos atraentes para clientes no exterior, fazendo com que as vendas da Huawei caíssem nos mercados ocidentais, mesmo quando continuaram a subir na China, segundo a empresa. As vendas totais da Huawei nos primeiros nove meses do ano cresceram 24% em relação ao mesmo período de 2018 segundo a empresa, para US$ 86 bilhões - os números, no entanto, não são auditados.