O cenário externo é a principal explicação para a alta do dólar e o tombo da Bolsa de Valores brasileira nesta quarta-feira (28). A preocupação com as contas do governo federal vinha influenciando o mercado doméstico, mas agora a pressão vem mais do exterior. O movimento desta quarta não é exclusividade do Brasil, afinal: os mercados estão tensos pelo mundo todo. O temor é de que a chamada segunda onda da Covid-19 na Europa e também nos Estados Unidos provoque uma série de "lockdowns" e prejudique a recuperação econômica global.
Às 14h09, o Ibovespa – principal termômetro da Bolsa – operava em queda de 3,44%, aos 96.194 pontos. O dólar, enquanto isso, subia cerca de 1% em relação ao real às 14h10, cotado a R$ 5,74. Mais cedo, a alta da moeda – que chegou a subir quase 2% – levou o Banco Central a intervir no mercado, oferecendo pouco mais de US$ 1 bilhão assim que a cotação bateu em R$ 5,79. O leilão ajudou a conter a disparada.
Como boa parte dos investidores da Bolsa é de fora do país, movimentos globais de aversão ao risco costumam causar estrago no Brasil, com estrangeiros retirando seu dinheiro daqui e aplicando em reservas de valor como os títulos do Tesouro norte-americano. O movimento é forte a ponto de deixar em segundo plano a boa safra de balanços de empresas brasileiras, que em dias "normais" jogaria para cima os preços das ações.