O recuo de 0,03% nos preços dos alimentos consumidos no domicílio e a queda de 3,2% nas tarifa de energia elétrica aliviaram a inflação percebida pelos brasileiros mais pobres em outubro, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador por faixa de renda mostrou que as famílias com renda mais baixa sentiram uma inflação de 0,01% em outubro. No mesmo período, o custo de vida aumentou 0,17% para as famílias de renda mais elevada.
No caso das famílias mais ricas, pesou no orçamento a elevação nos gastos com transportes. "Assim como ocorrido nos segmentos de renda mais baixa, a queda no preço da energia contribuiu para aliviar a inflação dos mais ricos; no entanto, os reajustes de 1,4% dos combustíveis e de 1,9% das passagens aéreas geraram uma forte pressão sobre o grupo transportes que, sozinho, contribuiu com 0,11 ponto porcentual para a taxa inflacionária total da classe de renda alta", justificou a técnica do Ipea, Maria Andréia Parente Lameiras.
A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até outubro de 2019 ficou em 2,67%, ainda mais elevada que a da faixa de consumidores mais ricos, de 2,58% no período. O IPCA acumulado em 12 meses até outubro de 2019 foi de 2,54%.