
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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador que mede a inflação oficial do país, fechou 2020 com alta de 4,52%, o maior desde 2016. O resultado, informado nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do centro da meta do Banco Central, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. No ano marcado pela Covid-19, os preços dos alimentos deram o tom. Em dezembro a alta chegou a 1,35%, em boa parte puxada pela conta de luz mais cara.
Com a concentração da demanda em itens básicos e a alta do dólar, os alimentos para consumo no domicílio começaram a encarecer rapidamente a partir da metade do último ano. Fecharam 2020 com alta de 14,09%, a maior desde 2002, quando foi de 19,47%. Outro fator foi a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adotar bandeira vermelha - uma taxa extra na conta de luz para compensar o maior uso de usinas térmicas, mais caras - em dezembro era o que faltava para o IPCA de 2020 extrapolar a meta.
Para 2021, as projeções apontam para um IPCA anual de 3,30%, diante de uma meta do BC mais baixa que a deste ano, de 3 75%, com a mesma margem de 1,5 ponto.