Além dos 70 milhões de hectares ocupados pela agricultura no Brasil, o país tem outros 165 milhões de hectares que são usados pela pecuária, que na média brasileira é pouco eficiente, conforme explicou Luiz Lourenço, representante da Cocamar que falou no 7 Fórum de Agricultura da América do Sul, que ocorre nesta quinta e sexta (6) em Curitiba. Muitas dessas áreas, segundo o especialista, podem ser usados para uma agricultura mais eficiente e produtiva, um dos pilares da chamada integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). “A ILPF é basicamente o uso intensivo do solo coberto, fazendo várias safras. Isso começou com experiencias da Embrapa em estudos de recuperação de áreas de pastagens, com a consolidação dessas tecnologias por volta de 2005”, diz Lourenço.
Uma integração bem conduzida, segundo ele, pode multiplicar o faturamento por hectare em até 10 vezes. A pecuária tradicional, que produz 4 arrobas por hectare/ano (cerca de 15 kg), que é próximo à média brasileira, no modo ILPF pode chegar a até 40 arrobas por hectare/ano, conforme explicou João Pontes, representante da John Deere, empresa participante da Rede ILPF, que envolve inclusive a Embrapa no objetivo de incentivar formas de tornar a propriedade rural mais produtiva, com aumento do sequestro de carbono, melhora da qualidade do solo e multiplicando a receita das fazendas. Atualmente, cerca de 15 milhões de hectares no Brasil funcionam em sistema de integração.
Um case de sucesso apresentado durante o fórum foi o da Fazenda Santa Brígida, de Ipameri (GO), que adotou a ILPF em 2006, passando de -R$ 200 por hectare de faturamento mensal para R$ 3 mil por hectare hoje, com aumento da qualidade dos pastos, da produtividade, do volume de água no lago da propriedade e reduzindo a erosão e a necessidade de desmatamento, de acordo com a proprietária, Marize Porto Costa. “A grande vantagem é a diluição de risco de clima e de mercado: só isso já vale o sistema”, afirma Marize, que além disso elenca a redução de custos com a integração.
Veja como foi o Fórum: